“O MAIS BELO FIM DO MUNDO” foi premiado em Loulé

O escritor luso-angolano José Eduardo Agualusa recebeu em Loulé, o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários APE/CML, atribuído ao livro “O Mais Belo Fim do Mundo”.

A cerimónia inserida do Dia do Município (Maio 22), propõe-se tornar Loulé como a capital deste género literário, não só por este galardão, que tem vindo a crescer ao longo dos anos, mas por novas iniciativas que estão no horizonte, nomeadamente a realização de um encontro de cronistas.

A proposta partiu de Carlos Albino, mentor e, neste ano, porta-voz do júri do Grande Prémio, e que lançou mais este desafio à Autarquia no aniversário do concelho. “Loulé seria o local ideal para se criar um encontro anual ou bianual de cronistas. O contacto com os escritores de crónica poderia ajudar a retirar da banalidade os textos que se publicam por toda a parte. E também muitos dos jovens que têm vocação para a escrita criativa, como é o caso da crónica, e andam à deriva, sem gramática nem dicionário”, considerou.

“O Mais Belo Fim do Mundo” reúne alguns contos, crónicas e entradas do diário do autor, escritos entre 6 de fevereiro de 2018 e 21 de dezembro de 2021, e “dá testemunho destes últimos anos confusos que vivemos”, como o próprio refere.

“Estamos perante crónicas que intervêm, reclamam e incitam, criam beleza e combatem o ódio, e fazem-no sem receio de oferecer, ao mesmo tempo, uma prosa poética, lírica, envolvida com as pequenas coisas da vida, para além de que a sintaxe é pura, sem efeitos desnecessários”, aludiu Carlos Albino, que ao lado de Carina Infante do Carmo, da Universidade do Algarve, e Fernando Baptista, da Universidade de Aveiro, analisaram as obras candidatas.

O júri destacou ainda o facto de Agualusa ser “um escritor de espírito livre, que fala sobretudo do eixo África-Brasil-Portugal, mas cujo universo é global” e que “evoca, por várias vezes, o poder da justiça poética”.

Recorde-se que O Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários distinguiu já os autores José Tolentino Mendonça (“Que coisa são as nuvens”), Rui Cardoso Martins (Levante-se o Réu) Mário Cláudio (“A Alma Vagueante”), Pedro Mexia (“Lá Fora”), Mário de Carvalho (“O que eu ouvi na barrica das maçãs”) e Lídia Jorge (“Em Todos os Sentidos”).

Deixar comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.